terça-feira, 12 de outubro de 2010

Enlarge your penis and increase your sexual performance

Estava conversando mais cedo com uma amiga, por msn, e contei do blog. A resposta dela: "Ai, eu acho isso tão romântico! Uma pessoa escrevendo para o mundo. Eu sempre quis montar um blog, mas tenho medo de não saber o que colocar ali. Mas é romântico demais!".

Romântico?!

Olha, é divertido, é relaxante... Mas passa bem longe do meu conceito de romantismo. Nada na internet é romântico. Nada. Estou escrevendo isso em um editor de texto e não num papel amarelado, usando uma pena de ganso. Meu Windows está em crise de identidade, porque descobriu que é pirata (e, pelo jeito que ele está reagindo, isso deve ser o equivalente a uma pessoa descobrir que é adotada). Tudo isso pega qualquer romantismo que isso aqui pudesse ter e manda excluir sem nem colocar na lixeira do Windows.

Ah sim, não podemos esquecer que estou ouvindo Horário Politico nesse exato momento. Ou seja, se houvesse uma Escala de Romantismo Universal, eu e esse post estaríamos em algum lugar entre "Gafanhotos Acasalando" e "Hiena Almoçando na Chuva". E essa, definitivamente, não deve ser uma posição digna de orgulho.

Aliás, romantismo mesmo seria começar um post assim:

"São 3 e 40 da manhã. Estou escrevendo isso no meu quarto, em Veneza, depois de meia garrafa de vinho. Uma brisa quente entra pela janela. Deixo os barulhos da rua me atingirem, afasto os olhos da tela e, olhando para as estrelas e sentindo o cheiro da cidade invadindo meu quarto, penso em me emocionar aqui, com você, nesse blog."

Ok, é bonito (partindo do princípio que o post fosse verídico, e não foi escrito por um vendedor de seguros divorciado numa lan house). Mas é irreal. Quem me conhece sabe que eu estaria mais para:

"Sao 9 da noite. Estou num bar em caratinga – que, para variar, esta completamente parado, porque um onibus quebrou perto do cruzamento. Faz 5 minutos que estou tentando sinalizar para o garçom que quero mais uma Coca, mas o babaca nem olha para mim. Alem disso, nao consigo configurar o teclado para escrever em portugues, entao nao faco a menor ideia de onde estao os acentos ou a porra da cedilha dessa merda, como voces devem ter reparado.

Mas a batata frita ta um tesao."

Não adianta. Para mim, qualquer coisa que envolva termos como "conexão banda larga", "endereço de IP" e "anti-spam" perde o romantismo. Não consigo ver romantismo associado a isso aqui.

Pronto. A prova disso acabou de chegar no meu e-mail. "Enlarge your penis and increase your sexual performance". Veio de um tal de Andrehotteen@hotmail.com

Blog não é nada romântico.

Cartão de Crédito!


– Alô?

– Boa tarde. Sr. Deivid?

– Sim.

– Tudo bem?

– Hum... Tudo. E você?

– Aqui é do ITAU. O motivo do meu contato é para dizer que estamos oferecendo, especialmente para o senhor, um cartão de crédito com inúmeras vantagens.

– É...?

– Sim, senhor. Com Inúmeras vantagens.

– Olha, eu não uso cartão de crédito. (mentira mode: on)

– Hum... Posso perguntar o motivo do senhor não usar cartão de crédito?

– Pode.

– ...

– ...

– Senhor Deivid?

– Sim?

– Achei que a linha tivesse caído.

– Eu disse que você podia perguntar o motivo. Você que não perguntou.

– Ah, entendi. Senhor, qual o motivo de não usar cartão de crédito?

– Nenhum. Eu apenas não uso. Acho que não gosto.

– Então, senhor, a ITAU está oferecendo um cartão com muitas vantagens para o senhor.

– Sim, você disse isso. Mas desde aquela vez, eu continuo não usando cartão.

– Como assim, senhor?

– A última vez que conversamos sobre isso, eu lhe disse que não usava cartão de crédito. Lembra? Faz uns 20 segundos. Então, eu continuo não usando. Eu não mudei isso na minha vida, de lá para cá. Aliás, eu não mudei muitas coisas na minha vida nesse tempo todo. Sabe como é, final de feriado...

– Senhor?

– Nada, esquece, esquece. O ponto a ser abordado aqui, é que eu não uso cartão. Vamos focar nisso.

– Mas veja as vantagens que o senhor pode ter. Anuidade gratuita, poder parcelar pagamentos, escolher o dia do pagamento...

– Mas tem uma desvantagem aí.

– Qual, senhor?

– Pagamento. Acho que é por isso que não eu uso cartão. Porque tem pagar. Mas, olha só! Será que eu posso ter o cartão sem pagar? Aí eu vou querer!

– Não senhor. Veja, temos as faturas mensais que...

– Ah, então não quero. É sem graça demais.

– Mas, senhor, hoje, cartão de crédito é a forma mais segura de pagamento.

– Eu não estou preocupado com a parte da segurança. Estou preocupado com a parte do pagamento. Se você me der o cartão e eu não precisar pagar, aí, sim, eu vou achar seguro. Porque, não importa o que eu comprar, eu sempre vou ter dinheiro para não pagar no final do mês. Ou no começo, já que você disse que eu posso escolher a data do pagamento. Ou do não-pagamento, no caso.

– Mas, senhor, isso não é possível.

– Eu sei. Por isso que eu não uso cartão de crédito. Aliás... Porra... Você me fez um favorzão. Todo mundo me perguntava porque eu não uso, e eu nunca soube responder. Sabe, eu ficava até meio sem graça, as pessoas perguntavam e eu não sabia dar um motivo. Mas, graças a você, agora eu sei! É por causa do pagamento.

– Senhor...

– Poxa, valeu mesmo. Gostei disso. Olhe, eu sei que essa frase é sua, mas vou tomar a liberdade de dizer isso para você, coisa que ninguém nunca deve ter feito.Eu agradeço sua ligação e desejo que você tenha uma boa tarde!

– Senhor Deivid?

(Tu Tu Tu Tu)

(minha meta agora é receber uma ligação de alguma operadora de celular e tentar convencê-lo – por telefone – de que não posso usar telefone porque sou surdo-mudo)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Banheiro Masculino.



Na guerra milenar que existe entre homens e mulheres, elas levam vantagem no quesito “banheiro”. Sim, porque o banheiro feminino ainda é um dos maiores mistérios da sociedade, com inúmeras teorias de cientistas, sociólogos e namorados, divididos em temas que vão desde o “por que elas demoram tanto lá dentro” ao clássico “mas precisam sempre ir com uma amiga?” (em relação a este último, eu, particularmente, gosto da idéia que prega a existência de uma mesa de pingue-pongue lá dentro – daí a necessidade de duplas). Já o banheiro masculino não oferece nenhum mistério ou romantismo. Se o cara demora no banheiro, “é porque está aprontando algo”. Simples assim. Enquanto o banheiro feminino é um universo à parte, o banheiro masculino é apenas isso: um banheiro.

Totalmente injusto. Tudo bem que nossos banheiros não devem ter a mesma graça que os femininos e, realmente, nada de muito interessante acontece lá dentro (ao menos, naqueles em que eu freqüento). Mas eles têm algumas regras de conduta que devem ser seguidas para o bem-estar de todos os presentes. A primeira e mais importante é a Lei do Ôpa.

Quem é homem, sabe. Você está ali, em pé, olhando a parede e obedecendo ao impiedoso chamado da natureza, quando a porta atrás de você se abre. Você vira a cabeça e dá de cara com outro sujeito entrando ali. Seus olhares se cruzam e, com um leve aceno de cabeça, vocês se cumprimentam da única forma aceitável nessa situação:

– Ôpa.

– Ôpa

.

Isso porque não faz parte da natureza humana entrar num banheiro e dar de cara com alguém. Ao entrar num banheiro, você inevitavelmente está invadindo o território de quem já está ali. Não é uma das situações mais confortáveis do mundo – tanto para quem entra como para quem está lá dentro. Por isso foi criada a Lei do Ôpa. Apesar de nunca oficializada, foi o modo que os homens desenvolveram, ao longo dos séculos, de dizer: “estou aqui pelo mesmo motivo que você. E eu também preferia estar sozinho. Vamos acabar logo com isso, voltar cada um pra sua mesa e fingir que nunca nos encontramos”.

Sem o Ôpa, ninguém fica tranqüilo lá dentro. Fica a impressão que você será atacado a qualquer minuto (em qualquer sentido que essa palavra possa assumir) pelo sujeito que está lavando as mãos, ou pelo cara que acabou de entrar. O Ôpa acaba com qualquer dúvida. Ele deixa claro que vocês não são amigos, provavelmente não serão amigos nunca, mas que irão se tolerar respeitosamente por alguns instantes. E, que, “sim, você pode fazer o que precisa aqui dentro. Não vou ficar no seu caminho, desde que você não fique no meu”.

Não há uma alternativa para o Ôpa. Se você entrar num banheiro, der de cara com alguém e soltar um “oi, tudo bem?” a pessoa vai te olhar com desconfiança. Se você sorrir para ele, então, é capaz de dar pau lá dentro. Nada substitui o Ôpa. Algumas pessoas mais formais preferem o clássico “Como vai?” ao darem de cara com alguém no banheiro, mas acabam sendo vistas com desconfiança. Um “Como vai?” deixa uma certa tensão no ar, você não sabe se a pessoa vai continuar a conversa ou não. Já o Ôpa deixa claro que a única conversa que vocês terão é aquilo mesmo: Ôpa. E isso basta. Desde que seja pronunciado no tom correto, claro. O Ôpa jamais pode ser empolgado demais, ou alegre. O Ôpa correto é sempre sério, fechado. Você está num banheiro masculino, e não há espaço para alegria lá dentro.

Por isso que admiro as pessoas que vão para o banheiro ligar para a amante. Você entra ali e o cara está encostado na pia, combinando com aquela morena de 22 anos deliciosa como vai fazer para fugir do escritório e se encontrar com ela, ao mesmo tempo em que ela dá chiliques no telefone porque ele ainda não largou a esposa. Mesmo naquela situação delicada, ele olha para você e acena com a cabeça, com aquele olhar de Ôpa. É uma pessoa que, mesmo com motivos menos importantes para estar ali, teve a delicadeza de obedecer às regras sociais e tranqüilizar você com o Ôpa providencial.

Respeito também os que entram correndo no banheiro, suando frio e já abrindo as calças no caminho. Mesmo nessa situação, alguns ainda encontram tempo para soltar um Ôpa apressado no caminho, dando mostras de uma hombridade e uma consciência social ímpar. Na verdade, ele nem olhou no seu rosto, mas, mesmo assim, obedeceu às regras vigentes.

O problema são os homens que vão aos pares no banheiro. Você entra e eles estão ali, conversando sobre as pernas da loirinha da mesa. Eles são uma dupla e você ali, sozinho. Nesses casos, o seu Ôpa requer mais respeito, devido à inferioridade numérica, mas, se somente um deles já responde, a tensão se dissipa. O porta-voz da dupla aceitou sua entrada ali dentro. Quando os dois respondem, então, é sinal que você já faz parte do bando.

A exceção são os banheiros de shopping. Como estão sempre lotados, a Lei do Ôpa não se aplica. Ali é terra de ninguém. Por isso que esses lugares contam com um guardião: o faxineiro, que mantém a ordem no lugar, observando a todos do seu posto soberano (ao lado da pia, apoiado num rodo que pode ser usado como arma em casos extremos).

Mas, em todos os outros banheiros – menos o da sua casa, a não ser que você more numa pensão – a Lei do Ôpa é tão importante como lavar as mãos depois. Isso vale para todos os banheiros: desde aqueles dos restaurantes mais finos até o do boteco do outro lado da rua, que está sempre alagado e a porta não fecha direito. Não importa o que você foi fazer no banheiro, o Ôpa é a senha que permite que a paz continue reinando lá dentro.

A civilização ruiria sem o Ôpa.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Bebês...

Bom, vo falar de uma coisa leve. O assunto, porém, é de extrema importância e irá definitivamente mudar um pouco seus conceitos cotidianos. O papo da vez é "Pessoas que Encaram Bebês". Visualiza a cena aí:

Você está numa fila, por exemplo. Olha pra pessoa da frente e vê que ela está segurando um bebê. Este, por sua vez, está te olhando profundamente nos olhos, sem se mexer. Qual é a primeira coisa que você faz? Vai lá, diz aí, sem vergonha. Pode dizer: Você faz alguma careta idiota pro bebezinho rir. E consegue. Quando faz o bebê rir uma vez, você não para. Suas caras vão ficando cada vez mais sem sentido algum, para divertir um ser humano que nunca viu na vida e que, provavelmente, nunca mais verá.

Quando a mãe da criança vira, você finge que nunca viu o bebê na vida. Fica de cara séria e ignora os últimos minutos de intimidade e alegria entre você e a criança. Cada um toma seu rumo e fim.

Todos vocês, alguma vez na vida, já fizeram caretinha pra bebê rir.

A questão é: Nego tem vergonha disso. Na hora que você percebe que alguém que raciocina (ao contrário de você, no momento) está te olhando, você para de fazer as caretinhas. Não pare! Faça inclusive, pra pessoa também. Porra, ela também faz isso. Se o neném estivesse na frente dela, seria ela o jegue que estaria fazendo caras e expressões sem sentido. Após anos e anos de observação, concluí que O MUNDO INTEIRO FAZ ISSO. "Ih, um bebê! Awwwghrblublubloim"

Há, claro, os caras de pau que gesticulam pro bebê, são pegos no flagra e apelam um assunto pra desviar a atenção, tipo "Awwwghrblublubloim..err...criança fofa, né? Quantos anos? Já é um espertinho hihi". Não sintam-se acanhados. Continuem fazendo caras escrotas pra porra do bebezinho. A mãe/pai da criança deve fazer em tempo integral esta merda. Aquele é um momento só seu e do neném, vocês dois estão lá na maior vibe positiva de alegria, foda-se o mundo.

De qualquer forma, tá aberta a campanha. Abrace essa causa.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Cciksrwrrundredi

É sério isso? Você realmente vai perder tempo lendo um post chamado Cciksrwrrundredi?

Tudo bem, você acha que eu escrevo bem – e agradeço imensamente o voto de confiança – mas, no seu lugar, eu já teria virado as costas e ido embora. Porque fazer um post chamado Cciksrwrrundredi já é exagero da minha parte. É muita vontade de chamar a atenção.

Cciksrwrrundredi. É brincadeira, né? Porque a palavra não quer dizer nada (ao menos, eu acho) e, além de tudo, é feia, parece o som de alguém limpando a garganta. Não há a menor possibilidade de um post com este título ser bom.

Aliás, quer um conselho? Eu nem perderia mais tempo aqui.

Deivid x Bebado!

Sabe aqueles dias nos quais você precisa matar alguém?


As mulheres chamam de TPM. Eu sou mais sincero e chamo de “dias que preciso matar alguém”. Sim, é esse o nome. Tem outros nomes, como “o dia em que o Deivid está com os cornos virados”. Mas eu particularmente prefiro “dias que preciso matar alguém”.

E não é “dias nos quais preciso matar alguém”, é “dias que preciso matar alguém” mesmo, porque homicídio e concordância gramatical não necessariamente precisam andar juntos.

São os dias em que tudo, absolutamente tudo, deu errado e eu, em algum momento, explodo.

Ando pela rua torcendo para que alguém menor que eu surja do nada, puxe uma faca e mande-me entregar o celular. Assim, eu tenho todos os motivos do mundo para fazer com que ele coma a faca, o celular e provavelmente um dos meus tênis. Claro que nunca aconteceu nada.

O motivo pelo qual nunca aconteceu nada é que meu rosto, quando estou assim, não deve ser dos mais simpáticos. Alguns meses atrás eu tive uma crise dessas e fui a Caratinga. Eu andava pela calçada e as pessoas iam desviando e abrindo caminho para mim. E evitando me olhar nos olhos. Num determinado momento, minha vontade era parar e berrar: “Vão se FU...”

Mas, quando eu explodo, dura apenas cinco minutos. Já os dias nos quais eu preciso matar alguém são bem mais raros (felizmente) e o ódio dura muito mais (infelizmente).

Nesses dias, se eu fosse um personagem de Star Wars, o Darth Vader ligaria para o Imperador assim que me visse, para falar:

– Mestre? Acho que tem um lado negro mais negro ainda que o nosso. Você nunca me disse nada sobre isso. Sabe de algo a respeito? Porque, pelo que vi, lá parece ser mais promissor em termos de carreira. Isso sem falar na satisfação pessoal.

Enfim, ninguém precisa ficar assustado. Estes dias são raros mesmo.

Mas recentemente tive um deles.

Logo depois de deixar minha namorada no ponto de Onibus, estava andando pela rua com a minha melhor expressão, quando o tal moleque menor que eu com uma faca surgiu do nada, mas na figura de um bêbado. Foi na frente da UNEC.

– Ei! Vozzzzzê aí!

Eu parei e olhei.

Eu já havia visto este bêbado ali algumas vezes. Está sempre gritando e mexendo com as pessoas na rua.

Enquanto ele se aproximava, tentei incinerá-lo com meus olhos. Não deu certo.

Meu punho se fechou.

Como vi Sherlock Holmes esse mês, planejei com cuidado cada um dos meus movimentos. Eu iria quebrar o nariz dele com um murro; ele iria ficar tonto; eu daria uma voadora; ele cairia para trás, sobre o capô de um carro estacionado a poucos metros. E eu terminaria a surra o segurando pelos cabelos encardidos e enfiando meu joelho em sua boca. Quando ele estivesse no chão, tentando contar os ossos quebrados, eu diria apenas “volte para sua cela ou eu irei atrás de você”, estalando o pescoço.

Não, melhor. Ia cobrir o FDP de porrada até chegarmos perto de uma lata de lixo. E de metal, tinha que ser um latão de metal. Com o pinguço no chão, pegaria o tampo do latão e o surraria impiedosamente com aquilo, até deixar seu rosto desfigurado. Aí, me levantaria e cuspiria na cara dele, resmungando ofegante que “Já era, seu bêbado filho da puta”.

(E, nos meus sonhos, o pessoal do Takuari sairia correndo assustado para a rua, para ver o que estava acontecendo, e eu já quebrava um deles de porrada também, para puni-los pelo fato de nunca terem troco.)

Mas mudei de idéia, por que a única lixeira ali perto é de plástico.

Não ia dar certo.

Estava pensando em qualquer surra de cinema quando o bêbado decidiu que eu havia demorado demais.

Era a vez dele.

– Vozzzzê conhezzzze zaquela piada do careca? jaaaá ouviu? a piada do careca?

E de repente eu me lembrei que não sou o Batman, nem ninguém.

Lembrei-me que sou o Deivid.

Quer dizer, na verdade eu estava prestes a me tornar o Careca da tal piada, mas, naquele instante, eu ainda era o Deivid. E, como Deivid, eu não dou voadoras nem tenho tampas de metal de latas de lixo. Eu tenho só as palavras.

E, como o sujeito parecia estar bêbado demais para se lembrar de que um dia alguém disse “paus e pedras podem quebrar meus ossos, mas palavras não me atingem”, fui em frente.

– Conheço. É aquela na qual o careca manda o bêbado ir tomar no cu.

Meu punho continuou fechado.

–Ooooi?

– É, é assim mesmo. Presta atenção que eu vou contar. Ok?

– Zok.

– Vai tomar no cu.

– ooOoi?

– Eu avisei que já conhecia.

Pensei em colocar um “mortal” no final da minha frase, mas o bêbado não teria entendido. (Nota mental: experimentar chamar alguém de “mortal” na próxima discussão que tiver na rua. Não me esquecer de fazer olhar de Deus. Hades, de preferência. Procurar imagens no Google para futura referência.)

– Hum... axo que não zera azzzim.

– Agora é. Vai embora antes que eu conte de novo.

– Tá. Xau.

– Tchau.

Virei a esquina, me apoiei na vitrine da Spazzio e fiquei rindo por cinco minutos.

"Às vezes, é mais fácil do que a gente imagina. E mais divertido."

Prazer, "Cicilho" !

03:30 de uma madrugada de uma segunda qualquer de 2009

Meu celular tocou três vezes. O identificador de chamada acusava “número privado”. Não atendi na primeira vez. Tocou de novo. Atendi, era uma ligação a cobrar. Desliguei. Tocou mais uma vez, outra chamada a cobrar. Fiquei preocupado.

Aceitei a ligação.

Era uma garota, claramente no meio da rua, querendo falar com o Cicilho. Ia gargalhar, mas lembrei-me que a ligação era a cobrar. Disse que não tinha ninguém com esse nome e desliguei. O telefone tocou. “Número privado”. Atendi. Era a mesma menina querendo falar com o tal Cicilho. Respondi que ela estava com o número errado e com algumas vogais a menos. Desliguei.

Tocou mais uma vez. “Número privado”. Foda-se. Atendi.

–Alô.

– Cadê o Cicilho?

– Quem está falando?

– Quero falá com o Cicilho!

– Sim, isso eu ouvi. Quem está falando?

– É a Lucilâneide.

Ok, o nome dela não era esse, mas não era muito diferente. E, cá entre nós, uma pessoa que liga 3 horas da madruga de segunda-feira, a cobrar e do meio da rua, para alguém chamado Cecílio, claramente não irá se chamar Rita Hayworth ou Vivien Leigh. Resolvi dar corda.

– Oi. Sou eu.

– Cicilho?

– Sim. Sou eu, Cecílio.

– Sua voz tá diferente!

Antes que eu respondesse, outra menina pegou o telefone e começou a falar.

– Cicilho? Vêim buscá nóis!

– Oi?

– Num é o Cicilho, a voiz tá diferente! Cicilho?

– Eu.

– Você num é você. Sua voiz tá diferente!

– Sou eu sim.

– Num é!

– Ok. E como é a minha voz?

– Sua voiz é mais fina!

– É que eu estava dormindo, por isso.

– Ai, já tá durmindo?

– Já. Acordei com vocês ligando.

– Então, a gente queria que você vinhesse buscá a gente e levá nóis pra casa!

Oi? Abusada, essa Lucilâneide.

– Putz, eu estava dormindo...

– Ah, Cicilho, pega nóis aqui. Tâmo no Jardim Roberto!

Jardim Roberto. Deus. Não faço idéia de onde fica isso. Isso tem pinta de nome de lugar que não possui água potável. Mas, resolvi ver o que tinha para mim nisso tudo.

– O que eu ganho, se eu for aí?

– Ah, Cicilho, você saaaaaaabe!

– Não, não sei. O que eu ganho?

A outra menina, ainda anônima, berrou no fone.

– TUDO O QUE VOCÊ QUERÊ!

Antes que eu gargalhasse no telefone, a Lucilâneide assumiu o controle da ligação. Mentalmente, vi ela segurando o telefone com uma mão e empurrando a outra menina, a do “querê”, com o pé.

– Vai, Cicilho, pega nóis aqui e leva pra casa.

– Já disse, quero saber o que eu ganho.

– Você num é o Cicilho, sua voiz tá fina!

– Não muda de assunto, Lucilâneide. O que eu ganho?

– Tudo, ué. É só pedi!

– Ok. Estou indo aí.

– Você tava dormindo com quem?

– Sozinho, ué.

– Você nunca dórmi sozinho!

– Bom, eu estava sozinho. Estou indo para aí. Chego em vinte minutos.

– Você dórmi num quarto cum monte de muié!

Fodão, esse Cecílio.

– É, mas estou sozinho hoje. Vou colocar uma camiseta e vou para aí.

– Você vêim como?

Fudeu. O que eu respondo?

– Como assim, como?

– É, você vêim como?

Resolvi jogar a bola para ela.

– Como você acha que eu vou?

– Num sei. Vêim de pé ou montado?

Montado? Ela acha que eu vou a cavalo para o Jardim Roberto? Bom, vamos ver o que sai.

– Montado, claro.

– Você num é o Cicilho! Tua voz tá diferente!

– Eu não quero mais ouvir isso. Vocês estão no Jardim Roberto? Estou indo.

– Cicilho, Cicilho...

– Não demora. E é bom se animar, porque agora eu perdi o sono.

– Você num é o Cicilho!

– Já já a gente conversa. Chego aí em uns vinte minutos.

– Tá bom. Vêim logo! Tá mó frio!

– Espere aí que estou chegando. E eu vou montado. Beijos.

– Bêju.

Eu avisei duas vezes: eu não sou o Cecílio.

Se ela não quis me ouvir, problema dela.

Ja era²!

Legal, minhas chances de ir pro céu foi mesmo pro espaço!

O “Alexandrino” do post anterior, morreu a 3 meses e eu só descobri isso a 20 minutos!

Ou era alguém muito parecido com ele, ou era “ele” mesmo...

Licença gente, vo ali me confessar!

Já era!

Ontem passei em frente à uma casa de construção perto de casa, que fica próxima à padaria que eu freqüento. Quem estava lá era o Alexandrino, um velho de mais ou menos 350 anos numa cadeira de rodas. Qualquer dia eu falo mais dele por aqui.

Mas ontem passei por lá e, vendo que ele estava sorindo, o cumprimentei.

– Oi, tudo bom com o senhor?

– GLÓRIA A DEUS! SÓ CRISTO SALVA!

– Ah, então tá.

É oficial: qualquer chance que eu tinha de ir para o céu virou fumaça com esse “Ah, então tá”.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Nostalgico!

Finalmente acabou todo o estresse, nervosismo e vontade de morrer. Agora sim, tô postando com mais frequencia por aqui, pra alegria dos babacas numerosos que me enchem o saco pedindo atualização mas não fazem uma merda de um comentário. Me sinto usado por vocês, malditos.

Bom, vou falar sobre quando abri o queixo e quebrei o dente então, já que vocês gostam de ver eu me fodendo.

Eu devia ter uns 10/11 anos, sei lá. Fui pra festa de aniversário de uma priminha de algum milésimo grau, daqueles que são o suficiente pra você não se importar com a pessoa. Como eu era uma criança espoleta e cheia de ideias, juntei a criançada no segundo andar do salão e sugeri que brincássemos de alguma coisa que exigisse adrenalina. Foi unânime: pique-parede.

-Pra quem não sabe, não teve infância ou simplesmente nenhum amigo, pique-parede é igual pique-pega, só que se você encostar na parede, o cara que corre atrás dos outros, não pode te pegar.

Eram umas 12 crianças prontas pra brincar de correr numa festa de aniversário, ou seja, o maior medo e motivo de irritação de mães, e nesse pique-parede em especial, eu entendi a razão. A brincadeira ia de vento em popa, as mães não estavam ligando pro corre corre da criançada, os pais estavam bebendo e falando de futebol num canto e o DJ da festa tocava "Brincadeira de Criança" do Molejo.

Eu estava invencível, ninguém até o momento tinha encostado em mim. O "pegador", nesse exato momento da brincadeira, estava na minha cola. Eu era bem mais esperto que ele e tinha maior agilidade. Minha velocidade estava sendo comprovada alí pelos outros, mas a esperteza havia acabado: no meio do corre corre, eu vi que o meu zíper (aham) estava aberto. Malandro como um guaxinim, decidir fechar enquanto estava correndo, pra não perder tempo. Não perdi tempo, mas perdi a visão do que estava na minha frente enquanto eu corria. E na minha frente, tinha uma poça de guaraná derramado.

Não teve desenrolo, não teve câmera lenta. A minha cara foi NA HORA pro chão. Direto, sem auxilio de mãos, já que elas estavam ocupadas com meu zíper. Quando levantei, atordoado, só senti aquele gostinho de incisivo central quebrado com um pouquinho de sangue. Não deu outra, comecei a chorar que nem um desesperado. Comecei a procurar minha mãe com um dente quebrado, o queixo sangrando (cortou feio. E fundo) e a cara bem inchada com o impacto.

Imagina a cara da mulher quando viu o seu filho-zumbi puxando a blusa dela e gritando "ME AJUDA". Sem sacanagem, ela quase desmaiou. A festa TODA veio olhar pra mim e eu gritando "SOCORRO, EU TO MORRENDO" (eu era uma criança, vão se foder) até que um cara que era enfermeiro veio me socorrer com um Merthiolate (que ainda ardia) no meu queixo. O resultado era óbvio.

Quando acordei, depois de algumas horas desmaiado, eu estava em casa. Atordoado. E o resto da minha semana foi Médico/Dentista/Cama/Esporro. Hoje entendo porque mães não gostam que crianças fiquem correndo por aí.

E sim, com certeza gritarei com meu filho numa festa pra ele parar de correr, já que depois desse dia, nunca mais corri.

sábado, 28 de agosto de 2010

Inferno.

Os fatos ocorridos nesse texto se passaram na tarde de sábado dia 28 de agosto de 2010.

Eu, até então, me sentia um rapaz na plenitude da existência, sem medo do perigo e de aventuras. Chega, porém, o momento na vida de um homem em que ele deve encarar a realidade de frente e assumir suas fraquezas. Essa é a minha história:

Eu havia acabado de almoçar. É comum, não sei diabos a razão, que depois de consideráveis períodos sem arrumar meu quarto eu encontre um número exagerado de teias de aranha. Encontro aranhazinhas no canto do cômodo, dentro do armário e, acreditem vocês, tinha uma fumando um cigarro. Mas não é esse o problema.

Eu estava no meu quarto, jogando por volta de 13 hooras. Como o calor estava insuportável, resolvi abrir a janela do meu quarto pra dar aquela ventilada. Não foi o ato mais genial da minha vida: Ao dar um pause no joguinho, fui urinar e, bem na minha porta, estava ela. Cascuda, imponente e com a graça de uma bailarina das trevas, me encarando e balançando as anteninhas. No momento eu não sabia o que ela estava querendo me dizer, mas depois entendi que ela dizia algo do tipo "Eu sou uma barata".

Em todos os outros momentos da minha vida, soube lidar com esse tipo de situação como um homem são. Eu chamava a minha mãe. Mas naquele momento eu estava sozinho em casa, éramos apenas eu e ela. E ela parecia saber disso. Aquela barata aprendera as técnicas da intimidação com algum terrorista muito habilidoso. Não vou mentir pra vocês, fiquei aterrorizado, mas precisava agir. E não podia pisar nela, por que o odor emitido por um cadaver desses não é dos mais agradáveis. Então enquanto ela estava na minha porta, toda baratesca e imponente, dei um salto quase olímpico sobre ela para sair do quarto e pegar um inseticida no armário.

Não tinha inseticida.

Na real? Eu já estava suando frio. Entretanto, com toda minha MacGyverice, bolei um plano: peguei um desodorante e um isqueiro (e um sapato, para último caso). Voltei pronto para a ação. Lá estava ela, confiante, segura de si. Sem pestanejar, mandei ver com meu lança-chamas improvisado na barata. Fui conferir o inseto pulverizado pós-fogaréu. Para minha surpresa, não havia nada. Numa olhada instintiva, vi que ela estava indo para trás da mesa do meu computador. Fui atrás. Ela se escondeu.

Eu já havia sacado aquele esquema, ela não era uma qualquer, ela tinha os movimentos calculados, com a destreza de um agente da SWAT. Borrifei meu desodorante atrás da mesa e ela saiu correndo pro lado esquerdo. E ela também saiu correndo pro lado direito. Ao mesmo tempo.

...depois de alguns milésimos de confusão, eu entendi o que estava acontecendo.

CARALHO, ERAM DUAS! Eu já estava desnorteado, não entendia porque aquele inferno estava acontecendo comigo, já estava sem esperanças de sair vivo de lá. Pra piorar, uma delas, mostrou sua habilidade mais atormentadora. Ela voava. Fiquei catatônico por alguns minutos mas não desisti da minha guerra particular. Ao mesmo tempo que uma voava, a outra rastejava e esta, por sua vez, teria que aprender uma lição -vamos chamá-la de "Barata 1"-. Peguei minha lixeira que, por sorte, estava vazia virei ela de ponta-cabeça e construí uma pequena prisão para a Barata 1.


Mesmo depois de presa ela me olhava com um olhar malicioso...

Ela, Barata 1, estava agora na condição de refém e a voadora -vamos chamá-la de "Barata Turbo"- deveria entender quem era o fodão daquele quarto. Mas o cárcere de Barata 1 não intimidou nem um pouco Barata Turbo. Peguei novamente meu Lança-Chamas e assassinei a Barata 1 na sua jaula. Era a vez da Turbo, mas esta já havia se escondido em algum lugar do meu quarto.

Me dei por vencido. Um homem de verdade sabe a hora de parar. Joguei a toalha branca e trouxe o Not pra sala. Até agora não sei por onde ela anda e se ela ainda me procura, para vingar sua amiga.



PS.: Por respeito aos familiares e amigos de Barata 1, as fotos de seu corpo carbonizado não serão exibidas aqui.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Piscina.

Quando criança, sempre fui muito mimado por ser o mais velho e era tudo novidade para os meus pais, e como consequência, recebia uma superproteção em qualquer situação que me oferecesse perigo. Hoje, relembrando desses momentos, não entendo o motivo de eles não me proibirem de ir à piscinas. Piscinas normais ou as de plástico.

"Ora, mas qual é o perigo, Deivid?" você me perguntaria. Eu digo que a pergunta certa seria "Qual é a segurança?" pois piscinas são os lugares com maior probabilidade de nos oferecer hematomas, cortes, torções, tosses e traumas. Antes de continuar, darei um tempinho para vocês lembrarem "daquela" vez num possível churrasco em que você se fodeu numa piscina e saiu chorando pra sua mãe que, com a maior malícia e abuso de sabedoria do mundo, dizia: "Foi só um susto".

NÃO, NÃO FOI. E se a minha mulher que eu vier a ter, um dia disser isso para os meus filhos, eu darei uma porrada na cabeça dela e direi a mesma coisa. Pra ela aprender que susto é susto e dor é dor.

Fiz um exercício mental e juntei os piores momentos da minha vida relacionados a uma piscina. Vou falar primeiro daquele que provavelmente já aconteceu com todas as crianças do mundo:

O escorregão na borda. Apesar de clássico, é um dos mais lindos espetáculos quando visto de fora. É sempre com aquela criança retardada em volta da piscina com uma asinha de frango na mão, correndo sem nenhuma razão realmente importante, que pisa em falso na borda molhada e escorregadia e senta o queixo no chão, ou na borda. Alguns ficam ali mesmo, urrando de dor com a mão na cara, mas outros sem querer, rolam e caem dentro da água, fechando a apresentação com maestria.

Ainda na linha de lembrança das bordas, tinha também a briga de galo (cujo nome não faz sentido algum pra mim, já que nunca vi galos brigando daquela forma) onde a pessoa de cima batia com a costela durante a queda e o sempre presente "mortal". Mesmo que difícil de acontecer, já presenciei algumas batidas com o calcanhar em áreas que não tinha água e sim material sólido.

Agora, essas peripécias só são possíveis numa piscina grande que, pra mim, é o tipo menos letal. Posso dizer isso pois já tive uma de plástico na minha infância e aquele alí, meu amigo, é o tipo de coisa que separa os meninos dos homens. Hoje existem aquelas redondas, "fundas". Nããão. A minha era uma de 2000 L retangular com ferrinhos, a hardcore. Cansei de escorregar naquele plástico do fundo, bater com o dente no ferrinho e, ocasionalmente, bater com meu saquinho infantil na borda (de ferro) tentando sair e, novamente, escorregando no plástico.

O pior é que 2000 litros é um volume limitadíssimo de água para, digamos, duas pessoas. Imagina em dia de churrasco que aquele bando de primos, filhos dos outros e crianças dignas de um show beneficente do U2 vinha aqui pra casa. Sem sacanagem, em uns 25 minutos a água já estava numa cor verde-amarelada e mais pastosa. Todo mundo sabe que bexigas infantis, quando cercadas por água, tendem a excretar urina. Eu era criança, nem ligava. Afundava mesmo. Me refrescava com o mijo dos outros e até engolia sem querer. Engasgava e tossia a urina alheia, feliz...ahh, minha infância.

O único dia que a piscina foi realmente interditada foi num churrasco que teve onde meu primo, ainda menino, encheu o rabo de todas as carnes que seu juvenil corpo poderia agentar e caiu na água. Depois de aproximadamente 7 minutos brincando naquele quadrado cheio de água, ele botou TUDO pra fora: Desde o último pedaço de linguiça com farofa até o Nescau do café da manhã. A piscina ficou completamente coberta pelo líquido de cor desconhecida por mim até hoje. Mermão, não sobrou UMA criança na piscina. Nunca vi um sistema de evacuação tão rápido.

Depois desse dia, eu nao entro mais em uma piscina por trauma. Sei lá, por mais limpa que ela esteja, eu ainda sentia que estava pulando no conteúdo gástrico do meu primo. Fui crescendo e nunca mais entrei com a vontade devida.

De qualquer forma, esse post é uma dedicatória à minha antiga piscina. Eu gostava dela. Mas certamente darei uma mais digna para os meus filhos.

Sillent Hiil!

Não precisam mais cobrar. Eu sei que esse blog tá desatualizado por um bom tempo. Mas é que ultimamente ando ocupado e envolvido demais com um um grande projeto que está sendo realizado por uma ONG, visando ajudar criancinhas carentes de comunidades menos favorecidas e trazer um pouco mais de informação e alegria para seus jovens coraçõezinhos.


...


Ok, falando sério agora, eu tenho estado com preguiça, MUITA preguiça. E a minha criatividade está jogada na sarjeta. Eu ando com tanta indisposição que até escrever no MSN se tornou uma tarefa cansativa. Mas vamos botar merda pra frente. Mesmo que eu ainda não tenha nada interessante pra falar.

De qualquer forma, tenho jogado bastante video game. E resolvi, saindo do costume, jogar um jogo de Survival Horror (Para as meninas, "Joguinho de terrô"). O fato é: Resolvi pegar o jogo que a galera diz ser tenso. Um jogo que dê medo. Porque eu sou muito destemido.

Desde a oitava série, as coisas que antes eram horripilantes e macabras pra mim, perderam o encanto. Eu sempre levava aquilo pro lado racional e simplesmente não me divertia/assustava. Até hoje, eu sempre saio desiludido com filmes de Terror e os acho, sempre, uma merda. Dei uma chance para esse jogo: Silent Hill Origins.

Vou contar pra vocês. O jogo me faz cagar nas calças. Quando eu comecei a jogar, ele era um jogo de terror e só. Depois de umas duas horas de jogo, eu concluí que essa merda é de terror, suspense, tensão, ataque cardíaco e insanidade. Os caras que fizeram esse jogo, são um bando de maníacos sociopatas.

Para vocês terem uma noção, logo no começo, aparece a recomendação: "Para maior aproveitamento, jogue com fones de ouvido e as luzes do cômodo apagadas". Fiz isso. Mais macho ainda, coloquei o Brightness do jogo em 10% (Para as meninas, "BEM ESCURO"). Só sei que no segundo dia de jogo, eu estava com a luz acesa, sem fones e com o Brightness em 50%. Jogando perto da minha mãe.

É o seguinte...(Para as meninas, "Acabou o post")


Você é o caminhoneiro Travis Grady.
Travis, como qualquer caminhoneiro em situação de terror, está dirigindo numa estrada deserta no meio da madrugada. Seu rádio, como qualquer rádio de terror, começa a ter interferência em determinado trecho da estrada. E, do nada, como em qualquer estrada de terror, aparece um vulto branco na frente do caminhão.

Travis freia (hã, claro). Vê que o vulto desapareceu e DESCE do caminhão (Para quê, porra?!). Olha para um lado, para o outro e não vê nada. Olha pro retrovisor e vê uma menina atrás dele. Olha pra trás e não vê nada.

-Não sei. Na minha situação, depois de ver uma menina pálida, além de ter merda escorrendo pela minha perna, eu acho que entraria no caminhão e iria a 300Km/h pra bem longe.

Travis não. Travis continua procurando e acha a menina. Que dá tchauzinho e sai correndo pra neblina da estrada. Adivinha o que Travis faz? Sim, vai atrás dela. A PÉ. Tipo, ele larga porra do caminhão no meio da estrava pra seguir uma garota macabra. A PÉ!

-Não querendo ser chato, mas acho que ninguém é caminhoneiro por Hobby. Aquele é o emprego do cara e ele não poderia largar um caminhão aberto no meio da estrada. Irresponsável.

Ele chega à pacata cidade de Silent Hill. Que, de cara, tem uma casa pegando fogo. Adivinha, mais uma vez, o que Travis faz? ENTRA EM UMA CASA PEGANDO FOGO. Ouve gritinhos infantis e sai entrando. Porque ele é muito macho. Chegando no último andar, em meio ao fogaréu, tem uma criança com a pele carbonizada no meio de um pentagrama cheio de velas ao redor. Nosso herói caminhoneiro pega a criança e leva pra fora da casa, tornando cada vez mais questionável as condições mentais desse cara, que, diga-se de passagem, dirige um caminhão por aí. Depois de tudo bem, ele desmaia de cansaço.

Ao acordar, ele está deitado num banco da cidade. Que não tem NINGUÉM. Só neblina, neblina, neblina. Ele procura o hospital mais próximo pra ver se a menina que ele salvou está bem (Ele nem a conhece, lembrem-se disso). Entra no hospital, vazio e começa a explorar. No segundo andar, depois de tanto silêncio, aparece uma enfermeira morta. Só que em pé, se mexendo e por alguma razão, querendo me matar (lembrem-se. Eu sou o Travis).

"Ah, ceninha de luta. Moleza". Caras, a ceninha de luta começou do NADA e com uma enfermeira-zumbi rápida pra cacete querendo me matar. Mesmo que ela estivesse em câmera lenta, meu senso de lógica e coordenação motora não iria acompanhar. Eu estava catatônico na frente da TV. Obviamente, morri. Larguei o Joystick na cama. Fui pro banheiro, lavei meu rosto, tranquei a porta, sentei e comecei a chorar.

Estou chorando até agora e não entro no meu quarto até a bateria video game desligar sozinho. Preciso recuperar minha mente pra voltar a jogar essa merda. Ou preciso virar um caminhoneiro.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

DISNEY

Cheguei em casa e vi meu irmão de 10 anos (eu acho) assistindo um DVD de um filme da DISNEY, parei pra ver um pedacinho e pervebi que algo tem me incomodado nessas incríveis fábulas…
…MAS QUE MERDA ESSES FILMES TENTAM NOS PASSAR?!

Quero dizer, são lindos contos de superação e bravura com música e alegria contagiante, mas o que eles esperam nos ensinar?
Raros são os filmes da Disney em que o protagonista, de alguma forma, não se foda MUITO.
Isso quando a gente não é forçado, inconscientemente, a torcer para quem, na verdade, é o bandido da história.

Não sacou? Vamos exemplificar.

Na classe do “Me fodi e superei” temos o Simba. O leãozinho perde o pai num trágico acidente em que Mufasa é pisoteado violentamente por gnus retardados. SIM RETARDADOS. Aquela merda era um leão de grande porte caído no chão, porra. Tinha como desviar dele. Se não é retardamento, aqueles gnus são carniceiros – tramado pelo tio sacana, invejoso e de cor diferente da de Simba. Em síntese, o próprio tio de Simba arromba toda uma estrutura familiar pra virar o cara que manda em tudo. Simba dá a volta por cima ao fazer amizade com um Suricato e um Javali aparentemente viciados em insetos e sempre com um papo de Hakuna Matata.

Quer mais? Ok. O Dodó, d’O Cão e a Raposa. Ô raposinha pra se foder na vida, hein. O bicho perde a mãe, que é morta por cães de caça, e vira amigo de um cachorro (Tobi) que, ao crescer, se torna um cão de caça. Resumo da história: O melhor amigo de Dodó tenta matá-lo no futuro. E Dodó, de bônus, quase perde a mulher/patroa/raposa..sei lá como é a vida conjugal dessas porras- num incêndio. Com a ajuda de dois passarinhos, uma coruja e um urso assassino possivelmente esquizofrênico, Tobi e Dodó descobrem o real sentido de amizade e vivem felizes para sempre. Isso é só um começo, claro.

Se ainda não se convenceu, vamos falar então dos “Sou bandidão mas tu vai me amar”: Jack Sparrow. Não há mais o que dizer. Ele é pirata, ele é ladrão, ele é marginal. Ponto.

Outro? Tá bom. Aladdin. Ele é esfomeado, ele é ladrão, ele é marginal. E tem um macaco. Ponto.

Kuzco? Um imperador tirano que resolve destruir uma vila inteira pra fazer um parque aquático só pra ele.

Ouso, inclusive, a citar o Monstro de Monstros S.A. que cria um carinho enorme por uma criança. Não, na boa, pra mim isso é Pedofilia Hardcore. Ninguém sabe o que acontece naquele final que ele volta pro quarto dela.

Eu passaria a vida inteira falando de outras coisas impossíveis de engolir. Tipo, como diabos a Branca de Neve não foi estuprada sem piedade por aqueles 7 anões ensandecidos? Só na Disney mesmo. Traz ela pro Rio de Janeiro e bota ela dormindo no barraco de UM pedreiro. Só um. Não ia sobrar nem hímen nem inocência pra contar história.

Mas não vamos ser cruéis. De tudo podemos tirar uma lição de moral.

“Se sua mãe for baleada e morrer, você tiver o nome de Bambi e ser considerado o bichinha da floresta, você encontrará a felicidade com um coelho falante que bate o pé e um gambá viado que, ironicamente, cheira flores.”

E fechando, gostaria que vocês refletissem sobre algo: Como diabos toda princesa da Disney consegue atrair uns 30 animaizinhos silvestres enquanto canta?

Reflitam e não me respondam.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

_l_

"Buuu
aaaaah
eeeeeeh
AAAAAAAAAAAAAA
te odeio!!!
te amoo!!!
quero que se explodaa!!!
quero te dar um abraço!!!
quero puxar teu cabelo!!
Linda!!!
Horrorosaaa!!!"

Viiio?? isso ai é o que meu estomago sente e minha cabeça pensa "dela"!
Na boa!! não sei oq sentir por ela!
Só sei que com poucos chingamentos ela meio que me irritou e conquistou.
Sabe, geralmente essa coisa toda seria ao contrário,
"com palavras gentis, clichês, sorrisos"...

mas não foi isso senhoras e senhores... ...o idiota aqui conseguiu gostar dela, pelos simples motivos "dela se achar demais, ser pirracenta, fazer dedo pra mim, fingir que não tá nem ai quando na verdade eu sei que ela se importa..."
Sabe, coisas desse naipe, coisas que geralmente inimigos sentiriam um pelo outro...

Não sei explicar direito, sério! pode parecer algo bizarro para quem ler, maas a filha da mãe sendo chata e mal educada comigo conseguiu fazer eu sentir um apreço imenso por ela!

FILHA DA MÃE!

Acho, que é pq ela fez o contrario de 99,99% das garotas que conheço por ai... geralmente elas me bajulam com um ar de falsidade, ou me chingam com um ar de pura raiva e verdade!
Mas ela me chinga com um ar de "falsidade", quando na verdade o sentimento é outro!

Não, não é amor... ECAAAAAAAA... ...DEUS ME LIVRE!!!!

É coisa de amizade mesmo, amizade diferente, mas pra mim "sincera"! Pode não parecer... ...mas pra mim é! Não é uma amizade de infancia, não é amizade só de internet... algo diferente... explicar com PALAVRAS* é dificil...

"PALAVRAS: Letras que se ordenam para formar um som que designa nome a algo"

Ou seja, palavras são só "ruidos", explicar o que eu sinto por essa gúria vai precisar mais que certos "ruídos"... ...então prefiro não ficar falando demais.

Tem coisas que é pra sentir e não ser explicado.
Se eu ficar explicando como é, e o que eu sinto por ela, vai acabar com a magia da coisa, e no fim vo acabar limitando ela, e não quero isso.. até por que limitar ela é dificil...

Mas se fosse pra definir, isso seria o mais perto de uma possivel:

"Uma caixa de onde sai coisas e coisas, e a cada coisa que sai de dentro, que eu me surpreendo. A cada chingamento e a cada novo ato heróico e de falsa imprenssão de que conseguiu ser mais diabólica que eu só me fazem sorrir e fazer te querer cada vez mais bem"

"Dedicado a @larafranceschi "

terça-feira, 20 de julho de 2010

Dia do Amigo #Fail

Dia agitado para quem tem um milhão de amigos

Hoje é dia do amigo. Aí você pensa "E daí?". É mais ou menos isso que eu penso também. Mas eu penso isso sobre todos os outros feriados - exceto o carnaval, pela excelente cobertura ginecológica da Band. Aliás, nem isso tem mais, depois que começou a ser exibido o programa do Missionário RR Soares na emissora, não tem mais bailes de carnaval no Rio passando na madrugada da emissora. No máximo passa as pessoas pegando sapinho em Salvador.

Hoje já recebi cerca de 30 e-mails e scraps me desejando "Feliz dia do amigo! Passe essa mensagem para 5 pessoas e suas amizades durarão para sempre! Do contrário, sua vida ficará cheia de tristeza, dor e amargura por 7 anos."

Opa, obrigado meu amigo. Obrigado mesmo, de coração.

E isso de "desejar" feliz dia do amigo? Até quando os feriados vão fazer as pessoas desejarem "felizes dias"? E o feliz natal? É um dia de folga! É como um domingo, mas com comida boa e crianças de 12 anos tomando champagne do lado dos avós. Eu não suporto isso de TER que desejar coisas para as outras. No aniversário do meu vizinho, eu fiz questão de ir até à casa dele e disse: "Olha, eu desejo que você fique surdo e nunca mais toque Roberto Carlos no último volume nas manhãs de domingo."

E o problema do dia do amigo é que ele só tem gente desejando. Nem feriado tem. Ou seja, você tem que que ficar desejando feliz dia do amigo para as pessoas do trabalho, que nem realmente são suas amigas, vamos encarar isso. É errado você passar o dia do amigo ao lado do seu chefe. Total distorção de valores. É como passar o Natal, não celebrando o nascimento do menino Jesus, mas sei lá, assistindo um especial de tv do Ozzy Osbourne.

Mas meu vizinho continua tocando Roberto Carlos todo domingo. E já que nada vai me fazer desistir do amor, não me venham com desejar "feliz dia" disso ou daquilo. Sinceramente, eu achava que o "Feliz ano novo" já cobria todas as bases, já que você deseja um ano todo de felicidade. "Feliz ano novo" é o green-card para não ter que dar "feliz-dia específico", afinal de contas o dia tá dentro do ano que eu desejei que fosse feliz!

Aliás.. eu não quero ser chato, mas o próprio "feliz ano novo" já me deixa meio constrangido. Ainda mais se você não conhece a pessoa. Tipo, você diz isso na festa para quebrar o gelo, quando estão na mesa das comidas passando molho rosê no ovo de codorna:

- Feliz ano novo.

- Opa, feliz. Feliz ano novo.

- Tem o que nesse molho? Será que tem corante amarelo? Eu sou alérgico…

Assim, só por protoloco. E é bom que você se preocupe mais com as consequências de comer algo a que você tem alergia do que com o feliz ano novo daquele que você não conhece. Senão ele vai ter um feliz ano novo e você vai desfrutar só uns 20 minutinhos disso.

Aliás, deixa eu entrar rapidinho nesse assunto de réveillon.

Estamos em julho, e repara só: a partir dessa época as pessoas já começam a falar "Nossa, como o ano tá passando correndo hein! Como esse ano correu!"

É incrível, cara. Tipo, as pessoas só começam o ano depois do carnaval, enforcam em todos os feriado e se espantam que ele passe rápido!

E assim, eu vejo as pessoas exagerando um bocado na hora de dizer que o ano tá passando rápido. Antigamente eu via gente dizendo isso em setembro. Ok, setembro eu entendo, o ano tá indo pro fim já. Mas depois passei a ver em agosto. Julho, junho. E juro que já vi gente espantada com a "a velocidade com que o ano tá passando" em MAIO. Sério mesmo, os anos não passam tão rápidos assim. Todo ano tem a mesma velocidade. Tem ano até que demora mais para passar, por causa de um dia a mais em fevereiro. Se os anos estiverem passando tão mais rápidos assim como essa gente diz, um dia acontecerá isso:

- 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1! Feliz ano novo!

- Feliz ano novo! Êêê!

- Mas rapaz...

- O quê?

- Já estamos em... 20 segundos de 2010!

- E daí?

- 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1! Feliz 2011!

- O quê?

- Feliz 2012!

Gente estúpida.

Mas beleza, voltemos ao dia do amigo. Há um problema na data, fora o fato de você ter que trabalhar. Porque assim, exceto por você receber 30 e-mails desejando felicidades/amaldiçoando sua vida, você não ganha nada de verdade. Nem um CD. Um CD-R feito no computador, tipo uma seleção de músicas, sabe? Onde as pessoas colocam aquela música "I’ll Be There For You", tema do Friends, essas coisas. Nem esta porra você ganha. Em contrapartida, nego dá carro no dia dos namorados. Sendo que se somar a vida toda, você fica mais tempo ao lado de um amigo do que de uma namorada.

E aí você pensa "Amigo é amigo, pô. Namorada é diferente, porque a gente faz... você sabe."

Bom, aí é que a desculpa é tola, porque tem gente que só faz sexo com prostitutas, e nem por isso elas têm um dia para ganharem presentes caros, já que já recebem pelo trabalho. Aliás, no dia delas, provavelmente role só alguma ação social da prefeitura para ver quem tá com HIV ou algo do tipo. Lamentável.

Proponho então o Dia das Prostitutas! Caindo bem no dia 20 de julho. Vamos ver se o dia do amigo consegue aguentar essa barra!